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A origem do Centro Político Administrativo de Mato Grosso

by - sexta-feira, março 06, 2020


Em 2003, publiquei na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, volume 61, um artigo cujo título é: “Cuiabá precisava de ajuda”. Na página 21 da referida revista, com subtítulo, “Uma ideia vitoriosa”, descrevi a origem do CPA, que reproduzo em seguida.

Na foto (da esquerda para a direita): Arquiteto Moacyr Freitas, Engenheiro Civil Satiro Pohl de Castilho, Secretário de Obras do Estado Engenheiro Ernesto Vargas, Governador José Fragelli, Engenheiro Agrônomo e Secretário de Obras da Prefeitura Rômulo Vandoni e o Prefeito José Vilanova Torres

UMA IDEIA VITORIOSA

Eu trabalhava ao lado do engenheiro civil Sátiro Pohl Moreira de Castilho e muitas ideias trocávamos em relação à cidade. Findava a administração Bento Machado Lobo e para o Estado viria um outro Governador. Eu imaginava que o companheiro Castilho seria nomeado para próximo Prefeito, pois era um político militante e já havia sido Prefeito de Rondonópolis. Eu concluía isso pelas conversas que tínhamos nesta área. Estava certo de que isso aconteceria e desde então tinha umas ideias para transferir a ele. Imaginei um Centro Político para Mato Grosso, para nele concentrar todos os órgãos públicos. O centro da cidade estava numa situação precária e piorava cada vez mais. Havia no mesmo centro histórico, o comércio, o governo municipal e o estadual, um conflito comprometedor. Teria que vender aquela ideia, uma indicação ao governo do Estado, como produto ou resultado de estudo feito pelo órgão planejador da Prefeitura. Colocaria as coisas nos seus devidos lugares e, aos poucos, veríamos uma cidade deixar sua primeira fase de existência, a cidadezinha, cujas casas rodeiam a tradicional “praça da matriz”. Estava na hora de mostrar a ela seu novo rumo como cidade capital, seu perpétuo destino.
Antes de encerrar o Governo Pedrossian no Estado e Bento Lobo no município, quero lembrar aqui as principais realizações destes governos neste tempo na nossa Capital e Várzea Grande. Podemos enumerar o Centro Educacional Nilo Póvoas e o prédio da CEMAT, no Bairro dos Bandeirantes, a hidráulica do Ribeirão, na captação e o prédio de tratamento d’água, na Av. São Sebastião; também a reforma da Ponte Júlio Müller com alargamento da pista (nessa obra caiu a mesa central). Foram construídos os primeiros blocos da Cidade Universitária, hoje, UFMT (parte das piscinas, restaurante e salas de aula). Foi construído a Penitenciária na Av. Fernando Correia. O Aeroporto de Várzea Grande fora ampliado e dera início à iluminação a gás de mercúrio na cidade. Construíram-se o prédio do PREMEM, Ginásio polivalente e a FUNABEM.

Voltando a ideia do Centro Político, revelo aqui a minha satisfação daquele dia em que recebia a notícia do amigo Castilho retornando do palácio do governo estadual. Embora não tivesse sido nomeado Prefeito de Cuiabá, recebera a diretoria do Departamento de Obras e logo apresentou ao Governador Dr. Fragelli a minha ideia do Centro Político. Este a acatou e quis realizá-la, mesmo porque suplantaria aquelas obras do governo anterior.
Passei, então, a esquematizar sem perda de tempo e com muito carinho a localização daquele centro. Após um pré-estudo partimos, Castilho e eu, para a região indicada no estudo. Tudo parecia coincidir com o que prevíamos; até mesmo a plataforma lá encontramos, por pura coincidência. Eu já imaginava ali o nosso palácio! Várias vezes retornamos ao local e explorávamos outras possibilidades. Preparei umas vistas em perspectivas, miniaturas que guardo até hoje. Previ as avenidas monumentais, a praça cívica, os lagos... Preparei um desenho onde tinha ideia para o topo do morrinho da Conceição (hoje, ali está a parabólica que rastreia satélites) para ali ficarem as torres da central de TV e rádio, tudo escrito na minha programação. Imaginava uma denominação para o novo palácio “Palácio Amazônia” lembrando Cuiabá como era conhecida na época, o “portal da Amazônia”. Não aconteceu assim, porque ninguém me ouviu; deram o nome de “Palácio - Paiaguás”, nação indígena que tanto dificultou a ocupação e desenvolvimento deste solo; por outro lado, eles estiveram guerreando os invasores dos seus domínios; vá lá que seja por isso, aquele nome.
Isto tudo acontecia nos primeiros meses da administração do novo Prefeito José Vilanova Torres, que me manteve também em sua equipe de técnicos, ocupando ainda a direção do departamento de Urbanismo.

A realização do Centro Político tomava vulto nos meios políticos administrativos. Embora trabalhando na Prefeitura, participava das reuniões do grupo de trabalho, como membro nomeado pelo Governador. Integrado ao grupo, viajei com outros colegas membros à Brasília, para acertos com a UNB, com vistas para assessoramento dos projetos do nosso Centro.

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