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A origem do Terminal Rodoviário de Cuiabá

by - sexta-feira, junho 19, 2020


Como arquiteto, tive a oportunidade de ver realizado um dos meus projetos, que considero muito relevante, porque aconteceu na minha cidade natal.
Descrevi em 2003, a história de sua realização, no artigo publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, volume 61, com o título: “Cuiabá precisava de ajuda”. Na página 35 da referida revista com subtítulo, o Terminal Rodoviário, descrevi minha participação, reproduzida a seguir.

O TERMINAL RODOVIÁRIO
Grandes projetos foram anunciados para terem início suas obras, imediatamente. Como vimos no ano passado (1976), várias reuniões, tivemos com o Governador Garcia Neto sobre o projeto da Rodoviária de Cuiabá. Coube-me a honra de projetá-la em definitivo, pela escolha que fez o Governador entre o meu anteprojeto e o do DOP do Estado. Para desenvolvê-lo, determinara ele que o DOP indicasse um colega para ajudar-me. Entretanto, adiantando, solicitei meu amigo Ercílio Gonçalves de Souza. Ambos, na minha sala na Prefeitura, desenvolvemos o referido projeto. No mês de maio de 1977 a concorrência pública fora feita para esta obra tão importante para Cuiabá. Apesar da determinação anunciada pelo Governador de que o DERMAT daria cobertura com espaço, material e tudo o mais que necessitássemos, nada nos fora dado. Trabalhamos ali, entre outras perturbações do cotidiano de um órgão municipal, até que, após a apresentação dos trabalhos ao governo do Estado, fora determinada nossa viagem a São Paulo, para que lá, um escritório especializado, fossem desenvolvidos os projetos complementares das instalações, estrutura e outros específicos, de conformidade com o MITERP do DNER, o Manual de Implantação de Terminais Rodoviários, recém editado naquele tempo. Em São Paulo, com o colega Paulo Mendes da Rocha, por sugestão sua, tivemos a oportunidade de darmos ao projeto grandes vãos livres, utilizando concreto pretendido. Ele garantia que a firma desse projeto estrutural daria assessoramento. Resolvemos, então modificar os vãos, alterando nosso primeiro projeto. Fora encomendado uma maquete para a publicidade da obra monumental. Infelizmente, nossos políticos são muitos vaidosos e, facilmente, esqueceram dos outros, reunindo neles os louros da realização, como se tudo fosse apenas seus atos. Com a chegada da maquete de São Paulo, um dos jornais locais publicou que o projeto da Rodoviária fora feito em São Paulo, sem nenhuma referência a nós, os verdadeiros autores do projeto. Por parte do Governo, nenhum desmentido fora feito. Nossa APA (Associação dos Arquitetos de Mato Grosso), pelo seu Presidente, arquiteto Antônio Carlos Cândia, fora publicado o desmentido uma semana depois, no mesmo órgão de Imprensa; porém, o que ficou, ficou... Para constar, guardo o jornal que publicou a notíci, bem como o desmentido da APA. Também, melindrado, Paulo Mendes da Rocha enviou-me uma carta, que também a guardo. Depois disso, comecei a trabalhar no Plano de Urbanização do Complexo do Terminal.

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